Pandemia causa impacto na sáude psychological dos brasileiros, procura por "cogumelos magicos" aumenta

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Nos últimos anos uma grande parcela da população, jovem e não jovem vem procurando cogumelos mágicos com psilocibina com o intuito de melhorar sua saúde mental e emocional.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Ohio em colaboração com universidades de onze países , nenhum outro lugar do planeta viu um aumento tão grande nos diagnósticos de ansiedade e depressão quanto no Brasil.

Milhões de brasileiros foram afetados pela incerteza e insegurança relacionadas à pandemia .

Os marcadores são de um paciente em estado crítico: o Brasil está doente, e não é só Covid.

“A gente está tendo uma nova onda de adoecimento psíquico. É um novo choque, é uma nova situação de estresse. Então quando a gente fala em nova onda da Covid também tem uma nova onda de risco para saúde mental”, relatou a psicanalista Vera Iaconelli.

Estudos afirmam que cogumelos magicos ajudam no tratamento

As drogas psicodélicas não estão sendo estudadas para tratar transtornos mentais a partir de agora. No entanto, devido a questões políticas , abusos e grandes doses de engano, eles foram proibidos e perseguidos por décadas.

Para a surpresa dos mais conservadores, essas controversas substâncias voltaram a ser estudadas e podem se tornar tratamentos revolucionários para depressão, ansiedade, vícios, traumas e outras doenças.

Aproveite para estudar um pouco mais sobre o fantástico mundo dos
cogumelos.

Cientistas avançam no entendimento de como elas agem. "Há modificações nos processos fisiológicos e mentais", diz Renato Filev, pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e coordenador científico da Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas.

Segundo o especialista, isso possibilita reflexões sobre questões da vida em um estado alterado de consciência, ou seja, por uma perspectiva que não seria possível no padrão ordinário de percepção —o problema visto por novos ângulos. "Há um aumento de conexões sinápticas, formação de novos neurônios, alteração da percepção sensorial, das reaçõesções cognitivas de memória e aprendizagem", detalha Filev.

O pesquisador da Unifesp está à frente de um novo ensaio clínico com psilocibina (adicionalída dos cogumelos psicodélicos), que será realizado a partir de 2022 em parceria com universidades e pesquisadores de várias regiões do país.

"O foco será avaliar a viabilidade e a segurança desse tipo de terapia para pessoas que apresentam abuso de substâncias, como álcool e tabaco."

O que são os psicodélicos?

São bebidas e substâncias produzidas a partir de plantas, cogumelos magicos ou até sinteticamente (em laboratório). Cientistas mostraram que drogas como DMT (dimetiltriptamina), LSD, mescalina e psilocibina atuam no cérebro, ligando-se a receptores específicos de serotonina (substância responsável pelo bem-estar, entre outras funcçõesações). Sua ação sobre esses receptores resulta em efeitos alucinógenos e em alterações na percepção.

Estudos apontam que os cogumelos magicos "amortecem" regiões cerebrais responsáveis por nosso "piloto automático", ou seja, por coisas que fazemos sem prestar muita atenção, como pedalar ou dirigir. Acredita-se que essa área do cérebro pode se tornar muito rígida quando as pessoas têm ansiedade e depressão e que, ao silenciá-la, as drogas psicodélicas parecem permitir diferentes interconexões no cérebro, resultando em um senso de perspectiva alterado e maior flexibilidade psicológica. Pesquisadores acreditam que isso pode ser positivo no tratamento de transtornos mentais (explicamos melhor mais abaixo).

No entanto, é preciso cuidado. Apesar de alguns estudos já terem confirmado o efeito antidepressivo de algumas substâncias como as dos cogumelos magicos, eles ainda estão na fase de testes e ainda não há comprovação científica robusta de que as terapias funcionam.

Além disso, há riscos: se utilizados em doses exageradas, sem orientação e acompanhamento de especialistas, os psicodélicos podem gerar problemas como ansiedade, medo, surtos psicóticos, vômito, mal-estar e até arritmia cardíaca —alteração dos batimentos do coração, tornando-os mais acelerados ou lentos, o que pode provocar tontura, desmaio e até uma parada cardíaca.

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